sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O gênero Musical

Falar sobre musical nem sempre parece uma tarefa muito fácil; são muitas nuances e muitos estilos dentro do gênero: há o teatral, o cinematográfico e até o televisivo, o qual, recentemente, tem explorado esse estilo em episódios de alguns de seus seriados.

Apesar da grande diferença desses meios, há características desse gênero que permanecem em qualquer modo de apresentação dele. Um musical geralmente intercala, podendo integrar ou não, os números de canto e dança à ação, contendo, portanto, três componentes principais: a música, interpretação e o enredo (os diálogos não cantados).

A encenação varia entre o movimento realista e a combinação rítmica da dança estimulada pela música. Os personagens dançam e cantam em um “mundo” em que as ações são pontuadas pela música, revelando ao espectador o que se passa em seu interior. (VERAS; 2007).

A música, como já dito aqui nesse blog, funciona como a verdadeira protagonista, uma vez que cabe a ela catalisar as emoções; ação essa notória, já que normalmente os momentos clímax são encenados através de números musicais.

O teatro musical, apesar de ter produções pelo mundo todo, tem sua maior realização vinculada à Broadway (New York, EUA), ao West End (Londres, Inglaterra) e à França.
O gênero cinematográfico, por sua vez, mantém o expoente nos Estados Unidos (embora em si haja uma grande diversificação), mas também notamos produções na França, Inglaterra, Índia, e outros.
Na televisão não há grandes nomes, como no caso dos outros dois anteriores, mas frequentemente as produções são atreladas ao público infantil.




Exemplo de musical teatral



Exemplo de musical cinematográfico



Exemplo de musical na TV

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VERAS; Christine. O Gênero Musical Reinventado. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1919-2.pdf >. Acesso em: 25 de Fevereiro de 2009.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Palco x Câmera

Muitas são as fábulas sobre as diferenças entre atuação no palco e diante de uma câmera. Fazer menor, mais real, mais natural ou mais intimidante. Esqueça tudo isso! Pois a atuação para câmera depende tanto da proposta feita sobre a personagem quanto dos muitos fatores técnicos do processo de gravação. Dessa forma, reduzir as diferenças a regras tão vagas não faz nenhum sentido.



No livro Secrets of Screen Acting, de Patrick Tucker, muitas das diferenças podem ser esclarecidas. A teoria é passada, filmes são exemplificados e exercícios indicados. Esse livro é voltado para as produções norte-americanas hollywoodianas com grandes equipes, contudo serve para que atores e diretores de produções mais modestas possam aprender a respeito do assunto.


Dentre todo seu conteúdo, uma das grandes lições que pode ser tirada é que o ator, ao atuar diante de uma câmera, deve pensar sempre no plano que está sendo enquadrado; para que possa trabalhar seu corpo focalizando o que está sendo gravado de fato. Por que o ator deverá trabalhar o corpo inteiro se apenas estamos gravando o seu rosto? Só importa o que está no enquadramento.



A partir disso, o primeiro exercício que fizemos com câmeras na preparação de atores, visando que eles se acostumassem com o aparelho e entendessem como é diferente lidar com planos, foi fazer uma improvisação tendo a personagem deles em mente, com uma variação de planos. Começamos com o plano inteiro e terminamos com o Super Close, no qual só está enquadrado o rosto da pessoa.


A experiência mostrou-se muito últil, pois quando nos juntamos em volta da câmera para assistir o resultado, a diferença foi nítida. Foi possível discutir não só a movimentação mas também a construção da personalidade e da psicologia de cada personagem. Sendo assim, antes de começarmos com os ensaios das cenas previstas no roteiro, continuaremos mais um tempo com improvisações e jogos de câmeras.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

"The Musical is back!"


Trecho da 81ª Cerimônia do OSCAR (22 de Fevereiro de 2009)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A Verdadeira Protagonista: A Música

Por Ludmila Oliveira, produtora musical.


No decorrer desta semana, ocorreram alguns ensaios dos músicos envolvidos no projeto, de maneira a servir de preparação para as gravações e gerar um entrosamento com as canções, os atores e dos próprios músicos entre si.

Para nós, que nunca estivemos envolvidos num trabalho como este, em que músicas são compostas, exclusivamente, para o nosso projeto e todo o processo subseqüente é acompanhado de perto pela equipe, era difícil de compreender alguns passos. No entanto, quando as músicas começam a ganhar corpo, a sensação é de que o musical também está começando a se realizar.


As músicas já haviam sido gravadas em voz e violão, e a equipe já tinha uma idéia de como elas seriam gravadas, quais instrumentos seriam utilizados. Porém, quando os músicos se reuniram para ensaiá-las, as canções adquiriram uma outra cara. Ganharam peso, força e significado; transpassando de maneira mais clara os sentimentos envolvidos nas cenas da qual essas músicas fazem parte. Além disso, as canções ganharam um aspecto mais próximo daquelas músicas que estamos acostumados a escutar no rádio, nos CDs, na Internet e mesmo nos musicais da Broadway. Assim, foi interessante acompanhar essa diferença existente entre uma mesma canção executada por apenas um violão ou um piano, perante ela sendo reproduzida pelos demais instrumentos requisitados para a gravação.


Alguns atores participaram do ensaio das canções, e isso foi muito importante para que eles tivessem contato com as transformações produzidas nas músicas pela adição dos demais instrumentos envolvidos, e também para que eles pudessem incorporar a interpretação de suas personagens às músicas.



Com isso, tem sido uma experiência muito gratificante, para mim, acompanhar toda a evolução das músicas deste projeto, desde o seu inicio, com a escrita das letras, a gravação da melodia e harmonia, os ensaios com os instrumentistas. De maneira que venho aprendendo muito sobre o processo de composição de uma trilha musical para um filme, ainda mais pelo fato de o filme em questão ser um musical, onde essa trilha é de vital importância.


Este projeto vem sendo e ainda vai ser bastante árduo para todos que se comprometeram em construir essa obra com toda a complexidade envolvida. Porém, tenho certeza de que todo esforço será recompensado com o produto final deste trabalho. E, realmente, das músicas, não espero menos do que mais surpresas para todos que acompanharem a sua evolução. Como o coração da história, a trilha musical, certamente, desempenhará muito bem o seu papel.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Semana de preparação

Reuniões, debates, oficina de dança, e discussão da arte.

A preparação do ator

Parecia que a preparação de atores só seria importante porque precisávamos que eles ensaiassem dança e canto.

É a primeira vez que fazemos isso.


Nessa semana, no entanto, conseguimos perceber como algo que pra nós diretores, produtores, roteiristas e assistentes pode parecer tão pouco, faz a diferença àqueles que dão forma aos papéis que criamos. Pra gente, parecia que todo esse universo paralelo criado podia tomar corpo com simples ensaios; mas não dessa vez.


Para um ator viver um personagem, é preciso que ele seja coerente, lógico, e que sinta e aja de acordo com o papel proposto. A idéia de uma preparação, nesse sentido, é de que consigamos criar junto aos atores personagens coesos. Em nossa mente de roteiristas tudo parece se encaixar, e todas as ações têm uma justificativa; precisamos que essa noção também faça parte da vida daqueles darão vida aos personagens. Mais do que preparar o corpo nas oficinas de dança, ou a voz na preparação vocal, estamos lidando com a criação de uma nova pessoa, aquela que ganha vida por alguns momentos, e mesmo assim mexe com o interior, exterior e com a arte daquele que a poe em cena.


Nossa maior preocupação sempre foi se o personagem teria liberdade de ser criado não só ali naquelas folhas do roteiro, mas também na arte e pelo próprio ator. Foi pensando nisso que coletivamente roteiro, direção, arte e elenco passou a semana discutindo e criando os personagens. Claro que muito trabalho está por vir, mas já conseguimos perceber como esse momento foi importante para todos nós envolvidos no processo. Hoje em nossa reunião uma das atrizes disse: "Nossa, depois que conversei com as meninas da arte, fui pra casa e reli o roteiro. Foi impressionante como tudo pareceu diferente e mais real. Pensei até que alguns trejeitos....".
Pronto. Ali estava a certeza de que este trabalho era necessário e importante.


Quando lemos nos livros sobre a preparação do ator, tudo parece tão distante que às vezes a gente nem sabe ao certo se é eficaz; sim, o estudo (tanto no momento quando o redigido nos livros) está ali, e é aliando um ao outro que conseguimos um melhor rendimento.

E é assim que, com um cronograma maleável e tranquilo, passamos uma semana entrando na atmosfera do personagem. Nas próximas fases da preparação trabalharemos outras questões da atuação. A certeza que temos nesse momento é de que, sim, uma preparação não envolve só o corpo e voz, apesar delas serem bem importantes, ela envolve o psiquico, envolve criação e debate em todos os sentidos.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O projeto e o blog

No começo, fazer um musical parecia algo que seria postergado o máximo possível, pelo menos durante a graduação.

Aos poucos, compreendendo o espaço em que vivemos como alunos do Instituto de Artes (Unicamp), a possibilidade de realização pareceu mais paulatável; afinal, que lugar seria melhor do que um instituto repleto de alunos de Artes Cênicas, Artes Corporais (Dança), Artes Plásticas, Midialogia e Música?! Ali podíamos perceber que toda a equipe seria composta, desde o pessoal da técnica, aos atores, aos dançarinos, aos instrumentistas, compositores... e assim vai.

TRÊS tornou-se, já que é uma criação inicial dos alunos de Midialogia, parte integrante da discilpina de Projeto de Áudio, uma disciplina "obrigatória" (faz parte de cinco opções, das quais os alunos devem realizar quatro) para a conclusão do curso.

O projeto surgiu com conceitos a serem trabalhados, claro que não cabe aqui ressaltarmos quais são, afinal, um filme é aquilo que o espectador deseja dele. Não vamos oferecer tudo aquilo de que tratamos, ou oferecer depoimentos sem fim sobre a produção. Desejamos desde o início fazer algo horizontal, seja no filme, no blog ou em qualquer outra fase da produção.

A horizontalidade no filme é ressaltada pela integração e consequente criação de todos aqueles envolvidos: não há trabalho rico se frustrarmos todas as criações em prol de uma só; por isso o diálogo faz-se tão importante.

Paralelo a isso pensamos na realização de um blog. Não somente para termos mais uma possibilidade de divulgação desse filme, mas também para termos um espaço para discutir esse formato cinematogáfico que encontrou uma retomada nos anos 2000. Desejamos, ainda, que esse espaço seja plural, ou seja, que todos tenhamos espaço para comentar, sugerir e trabalhar; bem como, mais uma vez, integrar diferentes áreas.

Pretendemos fazer postagens semanais nesse veículo às sextas-feiras. É possivel que façamos a inclusão de imagens e vídeos no final de semana, tudo para trabalharmos com a maior opção de comunicação.

Convidamos a todos a acompanhar essa nova empreitada. E que sigam os trabalhos.
 

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