sexta-feira, 13 de março de 2009

Ordinário e extraordinário

Por vezes, os musicais não são o que parecem ser, no entanto por outras, são muito mais do que realmente aparentam. Já notaram que Evita, por exemplo, é praticamente inteiro cantado? Que Madonna, a rainha do Pop, mandou uma carta para o diretor Alan Parker explicando o porquê ela deveria interpretar o personagem de Eva Perón?


Notaram que Cantando na Chuva foi criado a partir de várias canções que já existiam anteriormente? E que este mesmo filme se constitui como uma profunda metalinguagem com o cinema e com o próprio gênero musical?


Que atrizes como Natalie Wood e Audrey Hepburn já foram dubladas em musicais, e ainda por cima pela mesmíssima pessoa? Que Santana e Michael Jackson foram inspirados em algum ponto de suas carreiras por Amor, Sublime Amor? Que A Noviça Rebelde, era inicialmente um livro, que virou uma peça e que somente então se transformou em um musical? Que até mesmo o incrível Homem-Aranha terá uma adaptação musical para a Brodway?

Quem diria? Quem saberia?! Por trás das rimas pomposas e perfeitas, se ocultam esses dirty little secrets, que, convenhamos, não são tão secretos e nem tão sujos assim, mas servem para saciar nossa constante fome por novas informações...




Não há clichê melhor do que a expressão “mundo mágico” para caracterizar o musical. Pois, em que mundo, a não ser um fantástico, as pessoas acordam, almoçam, tomam banho e dormem cantando como se cantar, fosse tão trivial como suas outras ações? De fato, no universo do musical, cantar é ordinário, mas, ao mesmo tempo, extraordinário e essencial. Cantar é falar melodiosamente, deixar os sentimentos inundarem as palavras, até que elas flutuem em um mar (calmo ou revoltoso) de emoções; é permitir que verborragia de um discurso se torne uma torrente de versos que fluam de nossas bocas e atinjam os ouvidos alheios como ondas (sonoras?!). Um fazer retórico harmonioso, doce e emanante. Acredito que, assim como alegam que a música é uma linguagem universal, o gênero musical também tenha esse mesmo poder totalizante (mas não totalitário). Afinal, como nosso grande Wolverine, quer dizer, Hugh Jackman disse: The musical is back¹!




Extra: Para maiores dirty little secrets, acesse o podcast no site: < http://www.cinemacomrapadura.com.br/rapaduracast/?p=2444 >




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1. Ver post "The Musical is Back!", do dia 23 de Fevereiro de 2009.

Um comentário:

  1. Linda definição! Os musicais são mesmo obras de arte que têm por 'matéria essencial' a mágica.

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