Por Rafael Gomes, Música 07
Como todo bom perdido, lá vou eu tentar falar alguma coisa sobre o musical, chefinha Marusha (ou Sinhá Marusha como a Drika prefere dizer) pediu pra dizer algo então lá vamos nós!
Desde de dezembro eu estava 'escalado' para o musical, a Drika já tinha me perguntado se eu tinha interesse, e as datas eram tranquilas pra mim, já que apesar do trabalho começar nas 'férias', eu já estaria em Barão Geraldo fazendo outras coisas.
No final de janeiro (por coincidência) voltei de São Paulo no mesmo ônibus que a Drika, o que foi muito bom pela oportunidade de conversar um pouco melhor e mais afundo sobre a proposta do projeto inteiro, sobre o que eu faria, sobre o que mais eu estava disposto a fazer, já que além de participar como guitarrista da banda que gravaria as músicas, eu me ofereci para acompanhar as gravações, por ter feito um curso de áudio há pouco tempo e não ter tido ainda a oportunidade de colocar alguma coisa de todo o conhecimento em prática.
O início do processo foi bem engraçado na verdade, porque recebemos uma gravação de MP3 player com o Edu (compositor) cantando as músicas, sem arranjo nem nada e uma afinação que eu não tenho medo de expor por conhecer bem meu amigo e saber que ele não tem pretensão alguma enquanto cantor! Lá fomos nós transformar aquela idéia de MP3 em música de verdade.
O 'time' era realmente bom! Já conhecia bem o Dhieego que é o baterista do meu ano, mas não conhecia ainda o João, que além de um bom músico, foi sempre muito disposto e responsável com o projeto assim como o Dhieegão (pessoas difíceis de se encontrar no Instituto de Artes).
A idéia que o Edu tinha para as músicas era interessante, fez questão de fazer um trabalho em grupo, se diferenciando da imagem já consolidada do 'compositor de música erudita' que trabalha sozinho e escreve toda e qualquer nuança de interpretação, fazendo com que o músico seja realmente apenas um interprete. Percebia-se claramente que por confiar na experiência dos músicos que iriam gravar as músicas, ele preferiu compor todo o arranjo em grupo e ainda deixou alguns detalhes da própria melodia da voz para serem trabalhadas posteriormente com os atores, já que ele não tinha conhecimento da bagagem musical que cada um traria e de como soaria melhor (enquanto interpretação) as melodias para cada ator.
Após duas semanas de intensos ensaios, os arranjos estavam finalmente prontos para serem gravados, ali sim começava o grande trabalho! Não, não se assustem, gravar não era tão difícil, os músicos estavam todos certos do que deveria ser tocado e tudo mais, mas as aulas já haviam começado, aí era sempre uma grande batalha encontrar horários satisfatórios para músicos e produção. Mas tudo rolou muito bem, algumas noites e início de madrugada resolveram a questão.
Por sorte, consegui acompanhar quase todas as gravações da banda de rock, e ainda consegui ir a algumas da formação de música de concerto; a experiência foi muito legal!
Aliás, por falar nisso, que seja dito que esse foi o maior ganho de todo esse trabalho: poder conhecer o pessoal do meu ano da Midialogia (que eu conhecia muito pouco, ou quase ninguém) foi muito bom! Poder fazer parte da equipe de produção de um projeto desse porte e tudo mais - acabei perdendo uma figuração por estar na Virada Cultural, mas tudo bem, não nasci pra ser ator mesmo!
Agora é esperar pra ver o resultado final que, sinceramente, aguardo ansiosamente, até lá continuamos nos esbarrando pelos corredores do Instituto de Artes e esperando a oportunidade de fazer outros trabalhos juntos, o que eu espero que aconteça bastante já que quero mesmo trabalhar com áudio, ou seja, ainda serei capacho de diretores e produtores audiovisuais algumas vezes na vida (rs)!
Abraço a toda equipe e até mais ver :)